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Infografia da Denominação de Origem
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Ano de fundação da D.O.:
1908
Número de adegas (2017):
116
Superfície total:
20.000 ha49.420 ac
Produção máxima permitida:
26.000 kg/ha23.196 lb/ac
Altitude das vinhas:
Min: 200m
Max: 600m
Min: 656ft
Max: 1.969ft
Temperatura:
Min: 10º
Max: 28º
Min: 50°F
Max: 82°F
Horas de sol anuais:
2.500
Pluviometria anual:
650 l/m260 l/ft2
DOC DAO
LOCALIZAÇÃO E HISTÓRIA
A vinha é cultivada na região desde a antiguidade, quando Viseu era o coração da Lusitânia Romana e foi a partir de 1390 e 1545 que os vinhos desta região passaram a ser objeto de medidas de proteção, respetivamente, durante os reinados de D. João I e D. João III.
Antes da filoxera, esta região era conhecida pela qualidade da Touriga Nacional, mas depois a vinha não recuperou totalmente. Em 10 de maio de 1907, foi oficialmente reconhecida a existência do tipo de vinho regional do Dão, em 18 de setembro de 1908 foi estabelecida a demarcação da região e em 11 de julho de 1912 a atual área constitutiva da região foi delimitada por lei.
A região demarcada do Dão engloba concelhos dos distritos de Viseu, Guarda e Coimbra e a vinha cobre uma área de cerca de 14.500 hectares. O Dão cobre quase a metade sul da província da Beira Alta.
A região é composta pelos concelhos de Mortágua, Santa Comba Dão, Fornos de Algodres, Aguiar da Beira, Penalva do Castelo, Viseu, Tondela, Carregal do Sal, Nelas, Mangualde, Seia, Oliveira do Hospital, Tábua, Gouveia e Arganil.
Uma rede de 10 cooperativas criada por Salazar detinha o monopólio da produção de vinho da região, uma vez que os particulares não podiam comprar uvas. Apenas uma adega conseguiu sobreviver, a Casa de Santar, e duas outras marcas comerciais, Porta dos Cavalheiros das Caves São João da Bairrada e UDACA (união de adegas cooperativas). Na década de 1990, após a entrada na UE, esse monopólio desapareceu. Hoje existem cerca de 120 produtores, pequenos e grandes, como é o caso da Sogrape, o maior produtor de vinho em Portugal.
SOLOS E CLIMA
As características particulares da região devem-se principalmente:
- Aos seus limites orográficos pronunciados formados pela serra da Estrela a sudeste, pelas serras do Caramulo e Buçaco a oeste, pelas serras da Lapa e Montemuro a norte e pelas serras da Nave, Lousa e Açor a sul, que protegem a DOC da influência dos ventos marítimos e do planalto ibérico;
- À sua rede hidrográfica, constituída pelo rio Mondego e os seus afluentes Dão e Alva, bem como pelos afluentes destes últimos. Além disso, a precipitação é elevada, cerca de 1.000 e 1.200 m3 por ano;
- Ao clima e à origem granítica dos seus solos.
Geologicamente, a região é constituída por granitos espessos (70% da região) e xistos pré-cambrianos (a sul e oeste), com um solo superficial de areia e seixos. O clima é temperado com verões secos, não muito quentes, e prolongados, a precipitação anual varia entre 100-120 dias, com cerca de 2.500 horas de sol por ano.
Existem oficialmente 7 sub-regiões no Dão: Alva, Besteiros, Castendo, Serra da Estrela, Silgueiros, Terras de Azurara e Terras de Senhorim. A Serra da Estrela é uma indicação bastante utilizada em rótulos graças ao dinamismo conferido aos seus vinhos pela altitude (2.000 m em Torres) e clima mais frio. Os vinhos provenientes do sul de Viseu ao longo do Dão são amplamente conhecidos e constituem o coração da região.
Na região do Dão, podem ser considerados três tipos de vinho com características relacionadas, que são produzidos:
- Na zona centro-norte, topograficamente influenciada pelo rio Dão, situada entre 200 e 600 m de altitude, mas maioritariamente nos 300 metros,
- Na zona centro-sul, uma zona plana ou de relevo pouco pronunciado e uniforme, acima dos 400 m de altitude e influenciada pelo rio Mondego,
- Na zona periférica, composta pela área restante.
CASTAS
Os vinhos tintos representam 80% da produção DOC e são produzidos a partir das tradicionais CASTAS Jaen (Mencía), Touriga Nacional, Aragonez (Tinta Roriz/Tempranillo) e Alfrocheiro, outras castas são a Tinta Pinheira (Rufete), Tinta Carvalha, Baga de Louro, Alvarelhão e Bastardo. Cabernet Sauvignon existe na região desde os tempos antigos na Casa da Ínsua. Os vinhos brancos obtidos são das castas: Encruzado, Malvasia fina, Bical, Maria Gomes, Arinto, Dona Branca, Barcelo, Fernão Pires e Cercial.
O aumento da utilização da Touriga Nacional conferiu finesse e bouquet ao vinho da região; no entanto, sem qualquer dúvida que na área, as castas combinadas são os melhores vinhos. A casta Encruzado tornou-se o arquétipo da região, com reconhecimento nacional.
ADEGAS
A Sogrape com as marcas Grão Vasco e Duque de Viseu dominam o mercado e os novos Dão Sul (Vinhos Globais) abrem espaço com a marca Cabriz. A Sociedade das Boas Quintas é também um importante agente na quantidade de vinhos. Outras adegas são a Quinta da Boavista, Borges, Quinta dos Carvalhais (Sogrape), Dão Sul, Casa da Ínsua, Julia Kemper, Quinta de Lemos, Magnum Vinhos, MOB, Casa da Passarella, Quinta da Pellada, Quinta da Ponte Pedrinha, Quinta dos Roques, Caves São João, UDACA, Rótulo (Niepoort), Taboadella.