Encontre a sua adega ou vinha
Infografia da Denominação de Origem
Trocar por unidades imperiais (ft2, ac, °F)Trocar por unidades internacionais (m2, h, °C)
Ano de fundação da D.O.:
1980
Número de adegas (2017):
45
Superfície total:
14.000 ha34.594 ac
Produção máxima permitida:
7.500 kg/ha6.691 lb/ac
Altitude das vinhas:
Min: 100m
Max: 900m
Min: 328ft
Max: 2.953ft
Temperatura:
Min: 15º
Max: 29º
Min: 59°F
Max: 84°F
Horas de sol anuais:
3.000
Pluviometria anual:
700 l/m265 l/ft2
DOCs Algarve – Lagos, Portimao, Lagoa, Tavira
LOCALIZAÇÃO E HISTÓRIA
O Algarve foi o último território a ser reconquistado aos mouros pelo rei Afonso III no século XIII, e já nessa altura tinha tradição vitivinícola, como se pode verificar no primeiro foral de Tavira, concedido pelo rei em 1266. O nome Algarve vem de al-Garb al-Andalus, que significa oeste de Al Andalus.
São várias as referências que comprovam a tradição da vinha na região do Algarve, tais como o importante papel do vinho desde 1527 nas exportações pelo do porto de Tavira e mais tarde, com a praga da filoxera, os vinhos algarvios foram a base dos vinhos nacionais destinados à exportação com fama e reputação internacional.
A região é constituída por uma faixa de terreno que se prolonga ao longo da linha de costa entre as serras de Monchique (a 900m) e do Caldeirão. A tradicional separação entre serra e litoral com uma faixa intermédia denominada Barrocal representa a delimitação natural da área agrícola. Estas baixas montanhas separam o Algarve das planícies do Alentejo e alcançam o rio Guadiana, que marca a fronteira com Espanha. Na faixa do Barrocal, com as suas condições geológicas específicas, o terreno é mais adequado à agricultura, com predomínio das culturas da amendoeira, figueira, alfarrobeiras, hortícolas e industriais, e a maior densidade de vinhas da região.
A região vitivinícola do Algarve foi reconhecida em 1980 e encontra-se delimitada a norte pelo relevo calcário da serra algarvia, e na parte correspondente ao concelho de Aljezur pela ribeira de Odeceixe; a sul e oeste com o oceano Atlântico e a este pelo rio Guadiana. Esta região está dividida em sub-regiões: Lagoa, Lagos, Portimão e Tavira. Lagoa é composta pelos concelhos de Albufeira, Lagoa, Loulé e Silves. Lagos por Aljezur, Lagos e Vila do Bispo. Portimão por Portimão e Tavira por Castro Marim, Faro, Olhão, S. Brás de Alportel, Tavira e Vila Real de Santo António.
SOLO E CLIMA
É difícil classificar o clima do Algarve, pois é geralmente considerado como mediterrânico visto ser um destino de verão; no entanto, existem zonas climáticas distintas no Algarve. O Barlavento, a oeste de Faro, recebe uma grande influência do Oceano Atlântico, enquanto a costa de Sotavento, a este de Faro, é mais quente e mais mediterrânica. A precipitação também é muito diferente nas duas áreas: a oeste chove 1.000 m3 nas montanhas, enquanto a este chove 400 m3. As horas de sol rondam os 3.000 por ano, o motivo pelo qual é uma zona tão apelativa em termos turísticos.
Geologicamente, o Algarve pode ser dividido em duas partes: o planalto ibérico, constituído por formações pré-mesozoicas, e uma faixa costeira mais recente. Em termos gerais, pode dizer-se que a maior parte da área vitivinícola se encontra plantada em solos arenosos.
Na década de 1980, as vinhas ocupavam uma área de cerca de 5.300 ha, uma pequena parte da qual era composta por castas de uva de vinho branco. A vinha encontra-se tradicionalmente situada longe da costa, em solos de areia vermelha onde também se cultivam amendoeiras, figueiras, laranjeiras e limoeiros junto aos rios locais. A maior concentração de vinhas centra-se em redor de Lagoa e Silves, a Barlavento, e perto de Tavira nas colinas a norte de Vila Real do Santo António, a Sotavento.
SUB-REGIÕES E VARIEDADES DE UVA
A denominação de origem “Vinho do Algarve” ou “Algarve” aplica-se a vinhos tintos e brancos elaborados a partir das seguintes castas locais e de algumas castas internacionais:
DOC Lagoa: castas tintas: Negra Mole (mínimo 60%), Periquita ou Trincadeira (mínimo 15%). Castas brancas: Crato Branco (mínimo 15%). Outras castas autorizadas são Crato Preto, Monvedro, Pexem, Pau-Ferro e Moreto, bem como as castas brancas: Manteúdo, Perrum, Boal, Sabro, Muscat e Diagalves.
DOC Lagos: para as castas tintas: Periquita ou Trincadeira (mínimo 30%) e Negra Mole (mínimo 20%); enquanto para as castas brancas: Boal Branco (mínimo 50%). Outras castas autorizadas são Crato Preto, Bastardinho e Monvedro e as brancas Manteúdo, Perrum e Muscat.
DOC Portimão: para os tintos: Negra Mole (mínimo 50%), Periquita ou Trincadeira (mínimo 20%). Para os brancos: Crato Branco (mínimo 15%). São também permitidas as castas Crato Preto, Moncedro, Pexem, Pau-Ferro e Moreto bem como Manteúdo, Perrum, Boal, Sabro, Muscat e Diagalves.
DOC Tavira: Negra Mole (mínimo 60%), Periquita ou Trincadeira (mínimo 15%) para as castas tintas e Crato Branco (mínimo 15%) para as brancas. Também permitidas são Crato Preto, Pau-Ferro e Moreto, bem como Tamarez branca, Manteúdo, Beba, Muscat e Diagalves.
Os vinhos licorosos das castas Crato Branco e Muscat branca (mínimo 85% das castas referenciadas) também podem ser fabricados na região do Algarve.
ADEGAS
Nos anos 80, mais de 80% do vinho produzido em toda a região era gerado pelas cooperativas de Lagoa, Portimão, Tavira e Lagos. Vinhos, tais como os brancos "bica-aperta" e um vinho branco aperitivo da casta Crato Branco pela cooperativa da Lagoa eram conhecidos pelos nomes de Afonso III e Algar seco. Hoje, as quatro cooperativas fundiram-se numa só, em Lagoa, e a lista de castas permitidas é de quase 70, o que abre a possibilidade de se fazer de tudo hoje em dia no Algarve.
A UE concedeu subsídios para a extração de vinhas na Europa, pelo que foram retiradas vinhas do Algarve para plantar no Alentejo e no Douro, onde a procura de uvas aumentou. Esta explosão do Alentejo já ajudou a assegurar a existência de 45 produtores registados no Algarve. Investidores como Sir Cliff Richards com a Quinta do Moinho e Adega do Cantor, Aveleda de Vinhos Verdes com a Quinta do Morgado da Torre na Ria de Alvor, Convento do Paraíso em Silves e Casa Santos Lima de Lisboa com Al-Ria em Tavira, bem como pessoas de diferentes nacionalidades europeias, têm investido no Algarve.