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Infografia da Denominação de Origem
Trocar por unidades imperiais (ft2, ac, °F)Trocar por unidades internacionais (m2, h, °C)
Número de adegas (2017):
600
Superfície total:
7.000 ha17.297 ac
Produção máxima permitida:
100.000 kg/ha89.214 lb/ac
Altitude das vinhas:
Min: 50m
Max: 500m
Min: 164ft
Max: 1.641ft
Temperatura:
Min: 4º
Max: 24º
Min: 39°F
Max: 75°F
Pluviometria anual:
85 l/m28 l/ft2
LOCALIZAÇÃO E HISTÓRIA
Entre a imensa variedade de vinhos licorosos nacionais, o Moscatel de Setúbal tem um lugar especial e uma história privilegiada.
A região foi fundada em 1907 e abrange os concelhos de Palmela e Setúbal.
Os vinhos da Península de Setúbal têm uma grande tradição histórica e muitas referências ao longo do tempo. Desde a colonização romana, em escavações feitas na Península de Setúbal, principalmente em Troia, foram encontradas ânforas utilizadas no transporte do vinho.
Quando em 1147 D. Afonso Henriques conquistou a cidade de Lisboa aos mouros, o comércio de vinho, frutas e sal já desempenhava um papel importante na época.
Durante vários séculos, a história ilustrou bem, através das cortes, a importância que a vinha tinha na região com imensas referências ao vinho, desde as intervenções reais de D. Dinis em 1310 a D. Maria em 1806.
A partir do século XIV, estes vinhos passaram a ser exportados para Inglaterra, mas foi apenas no século XVIII, em 1797, que o vinho de Setúbal foi mencionado na lista de vinhos servida num banquete de cavaleiros da Ordem de Malta, bem como listado como um dos vinhos mais caros num leilão de vinhos engarrafados do Duque d'Aiguillon. Era também um dos vinhos mais apreciados pelo rei Luís XIV, que sempre o teve no seu palácio de Versalhes e, talvez, influenciado pelo seu soberano, Voltaire bebeu-o na sua casa, em Genebra. O rei Humberto I de Itália serviu-o na sua adega em 1968.
A tradição deste vinho remonta, portanto, a vários séculos. Começou a ser comercializado a partir de 1870 por José Maria da Fonseca, com três tipos de vinho licoroso Moscatel: "Roxo", "Superior" e "Colheita", sendo o mais novo o mais novo. Também introduziu a uva Castelão, conhecida por Periquita por causa da área onde foi plantada, e o uso do nome Pamela nos rótulos, motivo pelo qual é considerada a origem das DOCs da região.
SOLOS E CLIMA
As vinhas localizam-se em duas zonas orográficas absolutamente distintas: uma zona montanhosa a sul e sudoeste e outra plana. A região montanhosa é mais acidentada nas serras da Arrábida, Rasca e S. Luís e menos acidentada nas encostas norte das serras de Palmela, S. Francisco e Azeitão, cortada por vários vales e colinas de alturas variadas, entre 100 e 500 metros.
A área plana é uma grande planície que se prolonga desde as margens do Sado para norte em direção ao Pinhal Novo, com uma altitude compreendida entre 30 e 100 metros.
O clima da região pode ser classificado como misto, subtropical e mediterrâneo com amplitudes térmicas médias, influenciado pela proximidade do mar e também dos rios Tejo e Sado.
Esta região é constituída por uma extrema variedade na constituição geológica. A área de maior relevo no sul pertence ao período secundário e os solos são argilocalcários. No norte da região existe uma vasta área do Plioceno de solos arenosos mais ou menos pobres, cobrindo cerca de 75% da área total da região.
A região compreende os concelhos de Setúbal e Palmela, a vinha ocupava cerca de 13.000 ha na década de 80, mas hoje diminuiu para 7.000 ha.
O nome DOC Palmela é uma DOC que cobre a maior parte da península, enquanto o nome Setúbal é aplicado a vinhos licorosos feitos a partir de duas variedades de Moscatel. A maioria das vinhas concentra-se na parte plana e arenosa a norte do estuário do Sado.
A DOC de Setúbal cobre a maior parte da península, incluindo os concelhos de Sesimbra, Palmela, Montijo, parte de Alcochete e do concelho de Setúbal. A vinha plantada com Moscatel de Setúbal ou Moscatel de Alexandria ocupa 400 ha e 11 ha pertencem a um moscatel vermelho denominado Moscatel Roxo.
CASTAS
A DOC Palmela tem a mesma superfície de Setúbal, é a união das áreas da Serra da Arrábida e Palmela, pelo que existem dois terroirs distintos. As encostas calcárias expostas a norte da Serra da Arrábida são boas para uvas brancas (Arinto, Fernão Pires, Moscatel e Chardonnay), bem como Cabernet Sauvignon e Merlot juntamente com Castelão. Castelão é a casta principal e representa cerca de 66,7% do vinho. Castelão desenvolve-se muito bem nos solos arenosos a este da região até à zona de Vendas Novas perto do Alentejo.
O vinho licoroso feito a partir das castas Moscatel é um vinho generoso e tem direito à denominação Setúbal. Para além do Moscatel de Setúbal Moscatel Roxo e o Moscatel do Douro, está também autorizada a produção das uvas brancas Tamarez, Arinto, Malvasia e Boal. Este vinho licoroso possui um teor alcoólico entre 18 e 20º e um açúcar residual de cerca de 20 gr/l. Um importante produtor é a Bacalhôa, mas o principal produtor histórico do moscatel de Setúbal é a adega José Maria da Fonseca, em Azeitão, considerada um verdadeiro santuário do vinho. Os vinhos são libertados depois de pelo menos 3 a 5 anos de envelhecimento. Há também um Moscatel com 20 anos chamado Alambre, considerado o melhor vinho de Setúbal.
Também se produzem bons vinhos tintos de mesa. A casta regional para a produção de vinhos tintos é a Periquita (Castelão). Esta casta desenvolve-se melhor em portugal devido ao clima e aos solos arenosos a leste de Palmela.
ADEGAS
A cooperativa de Palmela é a produtora mais importante de Castelo, mas outras importantes adegas como Bacalhôa e José Maria Fonseca deixaram de a vinificar. Syrah e Touriga Nacional também estão representadas. A DOC permite a produção de vinhos rosés e espumantes. Outras adegas são Adega de Pegões, Casa Ermelinda Freitas, Pegos Claros, Herdade do Portocarro, Quinta do Piloto, Casa Horácio Simões.