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Infografia da Denominação de Origem
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Número de adegas (2017):
62
Superfície total:
13.000 ha32.123 ac
Altitude das vinhas:
Min: 150m
Max: 800m
Min: 492ft
Max: 2.625ft
Temperatura:
Min: 3º
Max: 30º
Min: 37°F
Max: 86°F
Pluviometria anual:
313 l/m229 l/ft2
Denominação de Origem do Vale do Maipo
LOCALIZAÇÃO E HISTÓRIA
A denominação de origem do Vale do Maipo deve o seu nome ao rio Maipo, cuja nascente se situa na Cordilheira dos Andes, nas encostas do vulcão Maipú, a uma altitude de 900 metros. O rio Maipo tem um comprimento de 250 km e desagua no Oceano Pacífico. A sua configuração geográfica dá origem ao Vale do Maipo, que como outros vales localizados na região central do país chileno, tem uma excelente produção de vinho. As vinhas plantadas neste local são irrigadas pelas águas dos rios Maipo e Mapocho.
O Vale do Maipo foi originalmente habitado pelo povo Picunche, o ramo mais setentrional dos Mapuche, que mais tarde foram conquistados pelos Incas, cuja presença ainda se pode sentir nos restos arqueológicos valiosos encontrados nas suas terras.
Após a conquista espanhola, no século XVI, a comunidade jesuíta instalou-se no sector Buin e aqui permaneceu até à sua expulsão pela Coroa Espanhola. Em 1555, a primeira produção de vinho no país foi certificada num documento oficial, enquanto as primeiras plantações da casta Cabernet Sauvignon, realizadas por Don Silvestre Ochagavía, datam do século XIX. Assim, o Vale do Maipo tornou-se, com o tempo, o vale do Cabernet Sauvignon. É o vale que tem dado prestígio ao vinho chileno, sendo excelente para o cultivo de cabernet sauvignon, merlot e carménère, devido ao seu clima quente.
Desde há cerca de 150 anos, os viticultores começaram a trabalhar vinhos com um selo de qualidade. As áreas vitícolas mais representativas na denominação de origem do Vale do Maipo são as províncias de Santiago, Talagante e Melipilla, e a sub-região Maipo-Andes em particular é conhecida pelos seus famosos vinhos tintos. Como consequência do interesse na produção de vinho, a denominação de origem do Vale do Maipo recebe anualmente um bom número de turistas de outras regiões chilenas, que se concentram a partir de Fevereiro, quando a vindima começa no Vale do Maipo.
SOLOS
Do sul do vale do Aconcágua, a depressão intermédia reaparece na estreita bacia de Santiago, formada pela bacia hidrográfica do curso médio do rio Maipo.
A região vitícola está dividida em três zonas de cultivo: Maipo Alto, Maipo Medio e Maipo Costa. Maipo Medio, localizado a aproximadamente 550 m a.s.l., é a zona mais solarenga; aqui os vinhos tintos adquirem um sabor mais frutado e têm uma textura sedosa. Maipo Alto, no sopé da Cordilheira dos Andes, sobe a uma altitude de 800 m, onde se encontram vinhos tintos com mais estrutura. Maipo Costa está localizada perto da cordilheira costeira e caracteriza-se por ventos frescos, onde são produzidos vinhos com uma acidez interessante, tais como os brancos chardonnay.
Para além da altitude, o Vale do Maipo também diferencia os solos entre os movimentos colluviais e aluviais dos sectores mais próximos da Depressão Intermédia.
Analisando de leste para oeste, as primeiras zonas a leste são cones coluvionais que se encontram no sopé da cordilheira, formados por imensas quedas de rochas da cordilheira por gravidade, gerando depósitos de material angular no sopé da cordilheira. Climaticamente, os colúvios, estando muito próximos dos Andes, geram uma elevada amplitude térmica, devido aos ventos frios que descem dos altos picos ao anoitecer e durante a noite. As zonas colluviais estão associadas aos meses de Verão com temperaturas mais moderadas e não tão elevadas como no Norte. Uma das características climáticas importantes é dada pela amplitude térmica que assegura pigmentações vermelhas muito fortes (antocianidinas).
Mais a oeste, a presença de rios neste Vale, como o Maipo e Mapocho, está associada a solos aluviais, formados pelo arrastamento a longa distância por água de material da cordilheira andina, cujo deslocamento pole as pedras em formas arredondadas. Os terraços aluviais surgem devido ao processo de escoamento dos afluentes e cada um deles tem certas e particulares características, influenciando as características dos vinhos que serão obtidos mais tarde. No caso do Cabernet Sauvignon produzido pelos vinhedos do Vale do Maipo DO, é necessário destacar o terceiro e quarto terraço. Tanto os solos aluviais como os coluvionares são caracterizados por um perfil de solo rochoso, o que lhes confere um carácter de baixa fertilidade, mas com um maior teor de sedimentos e argila, especialmente na camada superficial. Isto resulta numa elevada drenagem e ajuda a produzir vinhos equilibrados. A textura dos solos no Vale do Maipo varia entre o argiloso, o argiloso sedoso e o arenoso nas vinhas da Cordilheira da Costa.
CLIMA
O clima no Vale do Maipo pode ser descrito como mediterrânico, ou seja, um clima quente e temperado. Isto significa temperaturas moderadas durante os meses de Verão com máximas fixadas em 29º e invernos frios, mas sem geadas na transição dos meses de Inverno para a Primavera, um factor importante quando se trata de estabelecer vinhas. A temperatura média de Verão é de 25º, enquanto que a temperatura média anual é de 15º. Para além da ausência de geadas, há um baixo nível de precipitação no momento mais próximo da colheita. A influência do anticiclone do Pacífico significa que a precipitação se concentra entre Abril e Setembro, com uma média anual de 350 mm. As temperaturas moderadas que o Vale do Maipo desfruta durante o Verão são benéficas para o cultivo de variedades como o Cabernet Sauvignon, que ocupa a maior área de terreno dedicado às uvas nesta denominação.
A condição do sopé dos Andes de Maipo torna o clima diferente do resto das regiões vinícolas do Chile. Neste subvalley há um fenómeno de convecção do ar entre o vale e a encosta andina que provoca um arrefecimento do ar na Primavera e no Verão e um aquecimento no Inverno e no início da Primavera. É também uma área com baixa humidade relativa e sol alto. Isto assegura que as uvas tenham a maturação adequada e uma saúde óptima, permitindo o cultivo de vinhas biológicas.
VARIEDADE DE UVA
A topografia da denominação do Vale do Maipo torna possível o cultivo da vinha em diferentes altitudes. As mudanças de temperatura entre o dia e a noite no Vale do Maipo são muito perceptíveis. Além disso, o clima é caracterizado por invernos curtos e suaves e verões secos, o que significa que as adegas do Vale do Maipo cultivam principalmente castas de uvas tintas. Dos cerca de 10.000 hectares de vinhas no Vale do Maipo, 8.000 são plantados com castas tintas (dos quais 6.400 ha são Cabernet Sauvignon e 1.100 ha são Merlot), enquanto os 2.000 hectares restantes são dedicados a castas de vinho branco, 950 ha dos quais são Chardonnay. À distância estão outras variedades como carménère, syrah, sauvignon blanc, cabernet franc, malbec, petit verdot e semillon.